
Olá, amigos! 👋
Hoje vamos desmistificar uma ilusão perigosa: escolher sua especialização jurídica com base no que está "bombando" hoje. Para quem está entrando na faculdade agora, o mercado em 2030 será radicalmente diferente. Vou explicar por quê.
O Passado é um Bom Professor: Lições das Ondas Jurídicas
Nos anos 90, durante as privatizações do governo FHC, direito societário (M&A) e tributário eram ouro. Poucos escritórios dominavam essas áreas sob o ponto de vista empresarial e, para facilitar os negócios, o governo fomentava condições adequadas para o investimento, como a criação das agências reguladoras e o aproveitamento do ágio gerado na aquisição no abatimento de impostos. Resultado? Quem estava atuando na área nesta época faturou alto.
Mas aí veio o efeito manada: todo mundo correu para essas áreas, a concorrência explodiu, e os honorários despencaram. O mesmo ocorreu com o mercado de capitais nos anos 2000 e, mais tarde, com fundos de investimento. A regra é clara: quando todos veem a onda, já é tarde para surfar.
Por que Direito Criminal Empresarial e Recuperação Judicial estão em alta hoje?
Vamos ao presente:
Criminal empresarial: Operações como Mensalão e Lava Jato criaram um ambiente propício para que os advogados desta área naveguem por delações, acordos de leniência e Habeas Corpus para empresários e políticos endinheirados.
Recuperação judicial (Special Situations): Crises econômicas, má gestão empresarial, endividamento corporativo e o patamar elevado das taxas de juros alimentam essa área.
Mas atenção: Considerando o histórico de saturação e declínio de outras áreas no passado, é provável que, daqui a 5 anos, esses campos já estarão saturados.
Três Características das Áreas Jurídicas do Futuro
Se você quer acertar, busque áreas que ainda não estão na moda, mas têm combustível para crescer. Eis alguns filtros que podem te ajudar:
Interesse profundo das empresas em se adequar
A Lei Anticorrupção transformou o compliance em prioridade nacional. Após casos como a Lava Jato, que resultaram em prisões de executivos e multas bilionárias, empresas passaram a investir em programas de integridade. Resultado: Pesquisa da consultoria KPMG citada recentemente pelo Instituto Ethos mostra que quase metade das empresas entrevistadas já implementou programas de Compliance.
Governo disposto a punir ou premiar
O PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), criado em 2002, foi um marco histórico para energias renováveis no Brasil. Ele impulsionou a instalação de 3,3 GW em usinas eólicas, de biomassa e PCHs, com contratos de 20 anos e financiamento do BNDES para até 70% dos custos.
Atividade de vida ou morte para o negócio
A promulgação da Lei de Falências, em conjunto com as seguidas crises econômicas e setoriais no Brasil e o crédito caro, gerou demanda para o surgimento de uma geração de advogados especializados na área.
Onde Apostar? Sinais do Amanhã
Enquanto muitos advogados correm atrás das áreas "da moda", os visionários estão de olho em oportunidades que dependem de um último empurrão para explodir. Hoje, falarei sobre três campos promissores que ainda aguardam seu "gatilho" definitivo.
1. LGPD: A Bela Adormecida da Regulação
Situação atual: Apesar da Lei Geral de Proteção de Dados estar em vigor desde 2020, a ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) ainda atua com cautela nas punições. Gatilhos necessários: fiscalizações “surpresa” em grandes empresas; a primeira multa "bilionária"; e tecnologia para ampliar a base de fiscalização.
2. ESG: Entre o Discurso e a Prática
Situação atual: O "greenwashing" ainda é comum entre empresas que publicam relatórios ESG. Gatilhos necessários: consumidores boicotarem marcas com falsas promessas ambientais; investidores exigirem auditorias independentes em relatórios ESG; regulamentação mais rígida.
3. IA: A Fronteira Não Regulada
Situação atual: Startups brasileiras já usam IA para redigir contratos e analisar processos, mas não há regras claras para responsabilidade civil em casos de vieses ou erros. Gatilhos necessários: primeiro grande escândalo (ex: algoritmo que discrimina clientes por raça/gênero); regulamentação do marco legal da IA; e pressão de entidades da organização civil.
Reflexão Final
Em 1999, ninguém previa que o "direito digital" existiria. Em 2025, diversos fatores estão criando a próxima área quente enquanto você lê este post.
E você? Vai correr atrás do que todo mundo já vê ou vai caçar oportunidades onde ninguém está olhando?
👉 Deixe nos comentários: Qual área você acredita que será a próxima big thing do direito empresarial?
P.S.: Para quem quer um conselho de veterano: Domine inglês jurídico e tecnologia. Não importa a área — essas duas habilidades serão o passaporte para 2030. 🚀
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